Um dos cenários mais horríveis da Ética – mais do que a imoralidade ou amoralidade – é a indiferença moral. A obra final de Arendt, A Vida do Espírito, mostra uma faceta diferente da “indiferença” e a vê como um componente vital do julgamento e da reflexão. O seguinte artigo aborda esta compreensão da indiferença. Arendt extrai da Terceira Crítica de Immanuel Kant, onde a emoção e a experiência são consideradas constitutivas, em contraste com as duas Críticas anteriores, a primeira das quais trata da função lógica do julgar e a segunda do julgamento moral. A este respeito – o background arendiano para o julgar pertence à estética e não à ética – é a liberdade do juízo estético que garante seu potencial ético. No trabalho de Arendt, o julgam...